Vocação que vem de casa
Aposentada conta sua história na 3M: desafios, quebra de barreiras e uma trajetória que ultrapassa gerações
Em 1984, Miriam Tambascia, recém-formada em Engenharia Química pela Unicamp, recebeu a chance da vida ao ser contratada pela 3M. O desafio, porém, era do mesmo tamanho da oportunidade: ela foi chamada para ser a responsável técnica da empresa, respondendo aos órgãos ministeriais e do trabalho, e também para ser responsável pela área de Toxicologia de Produtos, tendo a função de avaliar e informar para os funcionários e clientes os riscos que os produtos químicos podem oferecer. Ou seja, o objetivo era atuar na rotulagem e na elaboração da ficha de segurança de tudo que era produzido pela empresa.
A área apenas dava seus primeiros passos no Brasil. A matriz, nos Estados Unidos, vendo o crescimento da preocupação com a saúde e o meio ambiente, diagnosticou a necessidade de trazer a Toxicologia para a 3M do Brasil.
Além do trabalho desafiante, Miriam também abriu portas na 3M como mulher. Ela conta que foi uma das primeiras mulheres a atuar na área técnica da companhia. Ao todo, foram 20 anos na empresa – ela saiu em 2004 –, trabalhando no mesmo setor. “Eu consegui abrir algumas portas para as mulheres de um modo geral. Além disso, nossa área enfrentou muitos obstáculos, porque as pessoas não davam muita importância para essa questão na época, principalmente no Brasil. É muito gratificante ver como o setor cresceu e como hoje é uma parte muito importante da companhia”, explica.
Profissão caseira
Um fato curioso na história de Miriam é que a paixão pela profissão é compartilhada por toda a sua casa. Ela é casada com Marcelo Tambascia, também engenheiro químico formado pela Unicamp. Marcelo foi funcionário da 3M, atuando como gerente do Laboratório Técnico, e também um dos presidentes do Instituto 3M – ele se aposentou no ano passado. Seus dois filhos, Guilherme e Vítor, para surpresa do casal, também decidiram cursar Engenharia Química na Unicamp: e conseguiram! Guilherme, o filho mais velho, hoje trabalha na Suécia; já Vítor foi ainda mais longe em seguir os passos dos pais: desde 2014 ele trabalha na 3M e hoje atua na área de Marketing de Oral Care.
“Para nós, foi um espanto! A gente se perguntava se essa decisão tinha sido tomada porque nós dois erámos engenheiros químicos. Mas eles sempre afirmaram que realmente gostavam da área, que se enxergavam na profissão. Acho que foi uma influência indireta, que aconteceu porque eles viam que nós gostávamos do nosso trabalho, das coisas que fazíamos”, conta Miriam.
Hoje, a prevemista aproveita a aposentadoria: ela cuida da casa, faz ginástica e esportes e, quando possível, viaja para a Suécia para visitar o filho, a nora e seu neto Vinícius. Sempre, é claro, levando com alegria todas as experiências que teve profissionalmente: “A 3M é uma empresa muito grande que fez parte da minha história na época mais importante da minha vida. Poder se dedicar àquilo que você estudou em uma empresa ética, trabalhando sempre da forma certa, faz com que você se realize. E eu consegui abrir vários caminhos não só por ser mulher, mas por fazer um trabalho que foi importante tanto pra mim quanto para a companhia”, resume.
Texto produzido em novembro de 2018 para o "PrevNews", publicação da Preveme dedicada aos aposentados da 3M. Você pode acessar este conteúdo em sua publicação original clicando aqui (Edição nº 45).
Foto da capa: Pixabay