Por que escolhi ser dev na Bosch? Uma história sobre ter flexibilidade e autonomia, desafiar-se e se conectar com as pessoas
Esqueça essa história de que programar é só fazer telas bonitinhas ou sites animados. Neste post, eu quero contar pra vocês sobre como o meu trabalho como desenvolvedora na Bosch me desafia a automatizar coisas, criar soluções para a Indústria 4.0, ajudar na inovação das empresas e muito mais!
Mas, antes de qualquer coisa, deixe eu me apresentar! Meu nome é Camille Mello e tenho 25 anos. Diferente de muitos gênios prematuros da área, que parece que começam a andar e já estão programando 😂, eu só comecei a mexer de fato com programação aos 23 anos.
Eu já tinha, é claro, um background no tema, porque todos os homens da minha família são da área de Tecnologia. Eu fui criada jogando jogos eletrônicos e mexendo no computador, mas na verdade eu sempre achei que seria professora. Tudo mudou quando percebi que precisaria fazer uma faculdade e encontrar um trabalho que me daria mais estabilidade. Foi quando decidi cursar Gestão da Tecnologia da Informação na Fatec, no segundo semestre de 2018.
Minha história com a Bosch começou em 2020, quando participei de um evento da empresa sobre garotas programadoras. Eu estava na expectativa para participar do time desta iniciativa, mas a pandemia surgiu e tudo parou! Mesmo assim, neste evento eu tive contato com várias mulheres que trabalhavam como desenvolvedoras na Bosch. Então, como gostei muito da empresa, eu sempre entrava em contato com elas, perguntando se havia alguma vaga por lá.
Até que deu certo! No ano passado, fui chamada para ser Suporte de TI na Bosch, mas sempre deixei claro que o que eu queria mesmo era trabalhar como Dev. Insisti muito, até que meu gestor topou a ideia e me colocou para trabalhar como desenvolvedora. E, bem, aqui estamos!
Um detalhe curioso é que, na verdade, hoje eu não tenho só um trabalho… mas posso dizer que são três! Além de ser dev na Bosch, eu sou professora de desenvolvimento para crianças e adultos e também sou streamer de coworking na Twitch. É isso mesmo: nas manhãs, enquanto eu trabalho para a Bosch, estou lá na Twitch compartilhando a minha rotina, dividindo desafios e interagindo com profissionais da área de todo o Brasil. Você pode me assistir agora mesmo, se quiser, lá no www.twitch.tv/mmillecm!
E essa já é uma característica superbacana da minha atuação. Desde que entrei na Bosch, tenho muita flexibilidade para conciliar essas minhas outras atividades. Em muitos dias, por exemplo, eu trabalho a noite para complementar o que ficou faltando fazer durante as manhãs, já que às tardes eu estou dando aulas. Meus gestores entendem que, apesar dessa flexibilidade, eu estou comprometida a sempre entregar os projetos que preciso entregar. E isso é o que importa, não é mesmo? 😊
O que eu faço na Bosch
Bom, agora sim, quero falar um pouco sobre como a Bosch me traz autonomia, ajuda a me desafiar todos os dias e me conecta com as pessoas. Afinal de contas, foi o que eu prometi lá no título do post, né?
Pra vocês saberem como tudo funciona, é importante entender que a Bosch hoje se define como uma empresa de tecnologia. Estamos muito envolvidos com a Indústria 4.0 — ou seja, pensamos em como a automação, a inteligência artificial e várias outras soluções tecnológicas podem melhorar os processos e a produtividade da Indústria em todo o mundo.
É aqui que eu entro nessa história. Como desenvolvedora, meu papel é pensar em novas ideias e testar novas soluções para ajudar pessoas e clientes dos mais variados ramos. Diferente de outras empresas, que precisam dos devs para criar sites e apps bonitos ou animados, aqui na Bosch nós focamos nas funcionalidades. Estamos sempre testando novas coisas que facilitem a vida de outros e a produtividade em geral. É por isso que nós trabalhamos muito com desenvolvimento na Web, que é mais intuitiva, rápida e permite que várias pessoas testem o que estamos criando.
Dá pra dizer que somos parecidos com cientistas. A gente recebe um desafio e nossa missão é pensar, pesquisar, testar, errar, testar de novo, consertar, validar… até termos em mão algo a ser implementado. E, neste processo, temos muita autonomia para testar as mais variadas linguagens, frameworks e ferramentas, tudo para entregar a solução mais funcional possível para os clientes.
Uma das áreas em que pude trabalhar aqui na Bosch (e onde voltarei a trabalhar em breve) é o InnoHub, que é literalmente uma incubadora de novas ideias. É como se fosse uma célula que trabalha fora dos padrões da empresa, com acesso a softwares e tecnologias dos mais modernos, onde nossa missão é pensar fora da caixa para trazer inovações aos clientes e às áreas.
Muitas vezes, são os próprios colaboradores da Bosch que nos procuram, com alguma necessidade que pode melhorar seu dia a dia. Nosso trabalho por lá é ouvir essa “dor” e pensar em como atendê-la. Ou seja, conseguimos fazer networking com várias pessoas, de diversas áreas aqui da Bosch. Para criar uma ferramenta que seja funcional, eu preciso entender a rotina de quem precisa daquela melhoria. Eu vou sentar com essa pessoa e entender sua história, suas dores, para daí pensar nas soluções. É por isso que desenvolver relacionamentos por aqui me ajuda a programar melhor.
De todo esse trabalho no InnoHub, conseguimos criar diversos protótipos, que muitas vezes são aprimorados pelas áreas para virarem produtos de fato.
Um projeto especial
Um case que eu gosto de compartilhar, com o qual eu trabalhei no Innohub, foi o Truck Monitoring. Ele foi feito em parceria com uma startup, e quem atuou comigo neste trabalho foi a Caroline Pereira, Engenheira de Inovação e Tecnologia na Bosch (inclusive, ela fez um post muito bacana sobre Diversidade e Tecnologia aqui no Medium. Não deixe de dar uma lida depois!).
O objetivo do projeto era fazer funcionar, ao vivo, câmeras da Bosch que ficavam em três pontos diferentes de um caminhão. Isso permitiria um monitoramento em tempo real de todas as condições de segurança. A Carol trabalhou com os hardwares e montagem das câmeras, enquanto eu fui a responsável por toda a parte Web — o back-end e front-end, a criação da base de dados etc.
E aí veio o verdadeiro desafio: como conectar as câmeras à Web? Afinal, essas câmeras da Bosch trabalham com a tecnologia RTSP, um protocolo mais antigo que não dispunha mais de acesso à web. Fiquei um mês tentando encontrar uma solução. Fiz várias pesquisas, assisti a diversos tutorais… e nada funcionava. Por vezes, achei que o projeto iria parar por não saber como resolver esse problema!
Até que, em uma das minhas Lives, falei sobre este projeto e o pessoal que me assistia se engajou no problema. Surgiu, então, a ideia de rodar essas câmeras num VLC, que é como se fosse um Windows Media Player. Pesquisamos um pouco mais e encontramos um caminho, mais ou menos traçado, de como fazer aquilo funcionar. Fui implementando… e deu certo! Quando a câmera finalmente abriu no VLC, a Live foi à loucura!
Com tudo finalizado, apresentamos o projeto e os gestores da Bosch e colaboradores de outras empresas adoraram. Inclusive, surgiram várias outras ideias a partir desta solução que desenvolvemos. É um projeto que dá orgulho, porque trabalhei nele de cabo a rabo, testando diversas possibilidades e tecnologias, e que teve um resultado maravilhoso graças às ideias de várias pessoas que se engajaram comigo por meio das Lives.
Um trabalho que me potencializa
Como eu me sinto ao lidar com esses e vários outros desafios aqui na Bosch? Modéstia à parte, eu me sinto mais inteligente. Afinal, são desafios gigantes que, muitas vezes, eu não tenho a mínima ideia de como começar. Então, aos poucos, eu percebo que consigo fazer aquilo. Isso faz com que eu acredite mais em mim mesma. Me mostra que eu tenho muito mais capacidade do que imaginava.
Então, por favor, não me peça para voltar a trabalhar fazendo telas bonitinhas ou páginas animadas, ok? Não é exagero dizer que eu não consigo me imaginar trabalhando em outro lugar porque, hoje, todo o resto parece ser muito entediante. Eu quero o desafio, quero automatizar as coisas, quero me conectar com as pessoas e ajudar a resolver os seus problemas!
Aqui na empresa, temos um ditado curioso, que parece que todos conhecem e concordam: “a Bosch é uma mãe!”. Pra mim, isso representa o fato de que, mesmo sendo uma empresa grande, aqui não somos só um número. Todos somos Bosch. Todos carregam esse valor, todos sentem o apoio da empresa em cada uma das nossas realizações. E isso é mais um fator que faz com que eu me apaixone pelo meu trabalho dia após dia.
Bom, então vou ficando por aqui! Se quiser conhecer um pouco mais do meu trabalho, te convido a continuar acompanhando a minha jornada como dev, professora e streamer. Você pode me encontrar na Twitch, no Twitter, no Instagram e no LinkedIn.
Ah, e lembre-se de acessar nossa página de carreiras, que reúne as vagas abertas para este time de tech da Bosch que não para crescer. Quem sabe, um dia, a gente não se encontra por aí, como irmãos desta mesma mãe?
Texto produzido em formato ghostwriting, em maio de 2022, para a página "Bosch Tech Brasil", no Medium. Você pode acessar este conteúdo em sua publicação original clicando aqui.
Foto da capa: Pixabay