Alternativas de crédito para Safra 21/22
Em junho, a Andav organizou uma transmissão ao vivo para debater alternativas de crédito para a Safra 21/22, discutindo opções disponíveis por meio dos agentes concessores de crédito e ferramentas correlatas. O evento contou com a presença do secretário-adjunto no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Angelo Mazzillo Junior, do relações institucionais da Andav, Geraldo Mafra, do diretor geral da Unibarter, Filipe Paiva, do sócio da Markestrat Group, Rodrigo Alvim, e do fundador e CEO da Terra- Magna, Bernardo Fabiani.
Ao longo do encontro, os participantes apresentaram e discutiram diferentes perspectivas de crédito ao Agronegócio já tendo em vista o Plano Safra 21/22, que foi lançado pelo Governo Federal, em 22 de junho. O Plano confirmou a destinação de R$ 251,22 bilhões para apoiar o Agro brasileiro, um acréscimo de R$ 14,9 bilhões (6,3%) em relação ao ano anterior.
Mesmo com o aumento de recursos do Plano Safra, a visão geral dos participantes do encontro organizado pela Andav é que os diferentes agentes do Agronegócio, incluindo os Distribuidores de Insumos, precisam buscar outras frentes de crédito além do financiamento governamental. Quem resume o cenário é o secretário-adjunto José Angelo: “O Agro brasileiro está aquecido. Vamos bater recordes em cima de recordes. Precisamos nos acostumar com isso: o bolo está crescendo, os valores são enormes. O Estado tem o seu papel e continuará tendo, mas precisamos abrir outras frentes”.
Durante a live, José Angelo também relatou os diferentes esforços do Ministério para garantir mais alternativas de crédito aos agentes do Agronegócio. Segundo ele, um trabalho intenso vem sendo feito para trazer facilidade de operação, segurança jurídica, mais agilidade e menos burocracias e morosidades para o setor.
Entre as novidades que caminham nesta direção, José Angelo destaca os Fiagros, fundos de investimentos semelhantes aos Fundos Imobiliários, criados em março deste ano e que começaram a ser negociados em agosto. Além disso, há a proposta da implantação da Cédula de Crédito do Agronegócio (CCA), uma cédula universal para todos os agentes do Agronegócio que impulsionaria a securitização e ajudaria as pequenas e médias empresas que hoje são invisíveis aos mercados de crédito. Diferente de outros títulos, que são mais específicos, a CCA atenderia muito bem a todos os agentes do Agro, incluindo não só os Distribuidores, mas também as empresas de logística, armazenagem, produção de insumos etc.
José Angelo completa: “Há demanda por parte do investidor. Ele está pesquisando e sabe que o mercado Agro é um negócio interessante para trazer rentabilidade. Os órgãos reguladores já deram o primeiro passo. O investidor também deu outro passo. Agora, estamos esperando vocês (Distribuidores) chegarem com as demandas para terminarmos de construir esse mercado.”
Para entender um pouco mais sobre o assunto e repercutir o lançamento do Plano Safra, a Andav em Ação conversou com o secretário-adjunto do Mapa, José Angelo Mazzillo Junior. Para ele, o valor estipulado pelo novo Plano “representa previsibilidade ao setor. Tivemos um grande crescimento nas commodities e, associado a isso, houve também um aumento nos custos. Se os custos sobem, o produtor precisa ter acesso a crédito diferenciado para tocar sua atividade. Creio que o Plano Safra represente a continuidade da política do ano anterior, o que é um aspecto bastante positivo. E o feedback espontâneo que recebemos do mercado em relação ao valor disponibilizado também foi positivo.”
José Angelo ressalta que o Mapa e outros agentes governamentais continuarão trabalhando para disponibilizar mais recursos. “No Agro, buscamos ter uma política 360°. De onde puder sair dinheiro adequado para o setor, vamos trabalhar nesta via”. E, mais do que atuar na busca de recursos públicos, o secretário-adjunto pretende criar mecanismos para facilitar o acesso ao crédito privado. “Não são recursos que virão para substituir os recursos públicos, mas para ser algo além. Na minha opinião, esta é, sem dúvidas, a forma mais relevante do setor conseguir crédito”.