FERNANDO CORILOW

No dia 22 de junho, a Andav promoveu o “Conexão Andav: Distribuição Veterinária” para debater o cenário da Distribuição de Insumos na pecuária brasileira sob a visão de diferentes eixos da Cadeia Produtiva. Mesmo 100% on-line, o evento contou com a interação dos participantes, que debateram os conteúdos das palestras e conversas por meio do chat. Também de forma on-line, os inscritos puderam visitar as vitrines dos apoiadores do evento.

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O pesquisador e coordenador do Centro de Inteligência da Carne Bovina (CiCarne) da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Guilherme Cunha Malafaia, ministrou a palestra magna do evento.

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Guilherme destacou as principais percepções de uma pesquisa realizada pela CiCarne em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O estudo mapeou as dez principais tendências que impactarão a cadeia agropecuária nos próximos 20 anos. Guilherme mencionou, por exemplo, a inovação digital e a biotecnologia, que “vão transformar toda a cadeia de produção”. A sustentabilidade, o bem-estar animal e a qualidade são outros temas-chaves para o crescimento da agropecuária brasileira, tanto na consolidação quanto na abertura de novos mercados.

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Segundo o pesquisador, a aposta para as próximas décadas é de sucesso aos bons gestores. Ele indica que o mercado consumidor se movimentará em duas principais direções: “a primeira, e mais óbvia, será na direção do crescimento da demanda mundial de proteína animal. A segunda será no sentido da sofisticação do consumidor, cada vez mais preocupado com a identidade, a segurança e o valor agregado do produto. Esses temas abrem uma grande oportunidade para a captura e a geração de valor dentro do mercado”.

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O papel do Distribuidor

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O evento debateu a importância dos Distribuidores para o aumento da produtividade e sanidade animal. A conversa contou com a mediação do diretor técnico adjunto da CNA, Reginaldo Lopes Minaré, e a participação do zootecnista e gerente comercial da ABCZ, João Gilberto Bento, do CEO da Agro Sandri, Thiago Ramos, e do supervisor de Pecuária da MultiAve, Danyllo Pereira.

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Reginaldo, logo no início, destacou o desafio que é pensar na Distribuição no contexto de um país com dimensões continentais: “não é uma afirmação singela quando dizemos que vamos distribuir insumos agropecuários pelo Brasil”. João Gilberto, por sua vez, pontuou que “as redes de Distribuição de insumos formam um elo da cadeia que está ajudando efetivamente no desenvolvimento do setor. Neste sentido, elas são muito estratégicas, porque não basta que a indústria desenvolva tecnologia. Os insumos precisam estar disponíveis ao produtor.”

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Outro destaque de João Gilberto foi sobre o importante papel dos Distribuidores, como orientadores dos produtores. Neste sentido, Thiago Ramos salientou: “Não vejo como evoluirmos em produtividade e sanidade sem que o Distribuidor leve conhecimento aos produtores. Por isso, é de fundamental importância continuarmos apoiando os Distribuidores. Seria humanamente impossível chegar com a tecnologia que está na indústria, em uma das pontas, até o produtor, sem uma rede de Distribuição capacitada e informatizada.”

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Danyllo, por sua vez, ressaltou a importância da assistência no campo. “Técnicos que possam ir ao campo e ajudar no diagnóstico dos problemas do cliente, isso permite que tenhamos vendas perenes. Essa é uma característica do Distribuidor que pensa no longo prazo: estar comprometido com o resultado do cliente”.

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Boas práticas e mercado

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Para apresentar as melhores práticas e casos de sucesso no segmento, o evento contou com a presença da sócia-diretora na Agroline Produtos Agropecuários, Luciana Ribeiro, abordando a digitalização da Distribuição; do Diretor de Operações na Casa de Operações na Casa do Adubo e Casal Distribuidora, Estevan Bento, que debateu a sucessão familiar; e do Diretor Presidente na Alvorada Produtos Agropecuários, Feres Soubhia Filho, que discorreu sobre gestão empresarial.

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Os desafios da distribuição agropecuária em um cenário de expansão dos negócios foram o tema da fala do Presidente da MPrado Consultoria Empresarial, Marcelo Prado. Logo depois, o CEO da R2M Consultoria e Capacitação, José Alexandre Loyola, palestrou sobre a importância da capacitação profissional para o sucesso da Distribuição.

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O segundo painel, com o tema “O cenário da relação Indústria e Distribuição de insumos para pecuária”, contou com as participações do Presidente da Agro Amazônia, Roberto Motta, do Diretor Executivo da Ourofino, Fabricio Oliveira, e do gerente de Marketing e Desenvolvimento de Mercado para Pastagem na América Latina da Sumitomo Chemical, Ricardo Chequim. O último painel debateu as experiências dos produtores no acesso a insumos para criação de animais de grande porte. O encontro teve as presenças do CEO da Campo Nutrição Animal e Ex-presidente da ASBRAM, Ademar Pereira Leal, da Pecuarista da Senepol Vitória, Maria Vitória Proença, e do Vice-Presidente da Abraleite, Roberto Jank Junior.

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Projeções

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Para fechar o evento, a Andav trouxe profissionais para debaterem as tendências do mercado agropecuário no Brasil e no mundo. O Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, apresentou sua visão sobre as carnes suínas, de frango e ovos. Para ele, a perspectiva é de crescimento na produção, exportação e consumo doméstico. “Há um desafio de custos, que se manterão altos até o final do ano. Mas acreditamos que o consumo da proteína animal será uma forte opção das famílias no cenário pós-Covid. A previsão de produção e exportação de aves, suínos e ovos é de um crescimento forte e sustentável, muito por conta da demanda dos países da Ásia”.

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O Consultor de Mercado da Agrifatto, Yago Travagini Ferreira, ainda tratou sobre as tendências de mercado para a carne bovina. Já Alcides Torres e Rafael Ribeiro – respectivamente, o Diretor-fundador e o Consultor e Analista de Mercado da Scot Consultoria – abordaram a linha do tempo da produção no Brasil e as perspectivas para o futuro. Para eles, o cenário de médio e longo prazo para as três proteínas – suína, bovina e frango – é positivo, especialmente pela demanda global liderada pela China. “O consumo interno ainda está fragilizado. Mas a demanda mundial é crescente, e o Brasil deve continuar sendo um jogador importante neste mercado. Temos conhecimento técnico, clima e todos os componentes para continuarmos sendo um grande fornecedor para o mundo e para a dieta do brasileiro”, analisam Alcides e Rafael.